TENDÊNCIAS DE MODA PARA O VERÃO 2014
Nas feiras, os fornecedores têxteis mostram os lançamentos que servirão de base para o que o consumidor verá nas vitrines no ano seguinte. Não à toa, textura, cores e tecidos semelhantes aparecem nas araras de várias grifes.
A partir do desenvolvimento destes produtos têxteis, as marcas fazem suas pesquisas (e compras) para criarem as coleções. As feiras são, portanto, uma das fontes primárias das tendências.
Na terça e na quarta-feira, será realizada em São Paulo a 7ª edição da Première Brasil, um filhote do tradicional salão francês Première Vision. Durante o evento, serão mostradas as novidades para a primavera-verão 2014. Um dos pontos altos serão as duas palestras da francesa Pascaline Wilhelm, diretora do salão de Paris que lidera uma equipe de sociólogos e jornalistas de moda que correm o mundo para analisar e captar hábitos e comportamentos que serão decifrados e transformados em... cores, texturas e tecidos.
O que os estilistas irão encontrar nesta edição do Première Brasil?
Pascaline Wilhelm: O salão entra no seu quarto ano como o principal evento de moda-têxtil da América Latina ao reunir representantes nacionais e internacionais de tecidos, textura, cores e acessórios. Nesta edição, além dos cinco universos clássicos (Denim & Sportswear, City & Glam, Yarns & Fibers, Accessories e Designs Studios), o salão trará o Sport & Beach, um espaço criado para apresentar ao mercado latino-americano tecnologia, performance e criatividade no mundo dos esportes aquáticos e da moda praia. Este segmento chega junto com a agenda esportiva brasileira que promete aquecer o mercado de tecidos tecnológicos.
Que tendências usaremos no verão 2014?
Pascaline: Teremos um estilo tribal chegando com seu luxo rústico. As cores serão vibrantes, criando uma nova natureza, com um brilho sintético e mutante.
Como o nosso país recebeu a Première Vision, que já acontece desde 2009?
Pascaline: O Première Brasil nos trouxe uma resposta das necessidades do mercado brasileiro, que vinha precisando de salões voltados para a moda criativa à medida que os estilistas brasileiros cresciam.
A moda brasileira, muitas vezes, copia o que é mostrado nas passarelas de NY, Londres, Milão e Paris. Concorda com esta visão?
Pascaline: É um problema real. De um lado, a antecipação é uma necessidade legítima das marcas brasileiras. De outro, as marcas precisam mostrar novas formas, assim como tecidos exclusivos e de alta qualidade para se tornarem atrativas. Isso é um obstáculo para a moda brasileira, já que as coleções mais sofisticadas precisam encomendar a fabricação de tecidos também sofisticados. E a maioria destas empresas está na Europa. Por isso, é sempre muito difícil para tais grifes estarem prontas a tempo de alcançar este calendário antecipado.
Qual a diferença entre o salão de Paris e o brasileiro?
Pascaline: Os dois salões têm um DNA comum. O Première Vision tem como conceito e filosofia criatividade, seletividade e high fashion. O de Paris é um salão para a moda global enquanto o brasileiro é continental, dedicado a uma região que tem realmente um consumo diferenciado, já que as estações são opostas às do hemisfério norte.
Há um interesse crescente das marcas internacionais em abrir lojas no Brasil. O que diria a um estrangeiro que queira investir no Brasil?
Pascaline: O Brasil pode ser um paraíso para investidores. Na verdade, é muito mais para eles do que para os exportadores e compradores de países estrangeiros porque as taxas de alfândega, as barreiras tarifárias e não-tarifárias no Brasil são muito altas.
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